9º Ano - Aula 02 - Qual o nosso lugar no Universo?
No início do século XX, importantes
avanços no conhecimento científico permitiram a criação de uma teoria para
explicar a origem do Universo chamada teoria da grande explosão. Ela também é
bastante conhecida pelo nome inglês: Teoria do Big Bang.
Amplamente aceita pela comunidade
científica, essa teoria afirma que o Universo teve origem há cerca de 13,8
bilhões de anos, a partir de uma grande explosão que criou o espaço e o tempo. Nesse
evento, o Universo se expandiu muito rapidamente, e a matéria – que inicialmente
se encontrava condensada em um único ponto, extremamente denso e quente –
espalhou-se pelo Universo. Somente após muitos milhões de anos, devido à atração
gravitacional, a matéria passou a se aglutinar, dando origem às primeiras estrelas
e galáxias.
Formação do Sistema Solar
Um sistema planetário é formado por uma
estrela e por astros que a orbitam. A Terra, planeta em que vivemos,
encontra-se em um sistema planetário chamado Sistema Solar, orbitando o Sol.
Além da estrela central, o Sistema Solar
conta com oito planetas e diversos corpos celestes menores, como
planetas-anões, satélites naturais, asteroides e cometas. Para compreender como
o Sistema Solar se formou, precisamos antes entender como surge uma estrela. As
nebulosas são gigantescas nuvens formadas principalmente por hidrogênio e
hélio, bastante abundantes no Universo. Devido à atração gravitacional, as
partículas que formam essas nuvens tendem a se aproximar e se aglutinar,
formando corpos cada vez maiores. Ao longo de milhões de anos, esse processo
faz que se forme, no centro da nebulosa, uma protoestrela, região em que a
matéria fica muito comprimida. Ao mesmo tempo, o material restante pode formar
um disco protoplanetário, que dá origem a planetas e asteroides, por exemplo.
A matéria que forma a protoestrela vai
sendo comprimida e aumenta muito de temperatura, atingindo milhões de graus
Celsius. Em um certo momento, se iniciam reações termonucleares, e a estrela
assim formada começa a emitir luz.
Diversas pesquisas indicam que o Sistema
Solar se formou dessa maneira. Por conta do movimento de rotação do disco
inicial, todos os planetas realizam a translação ao redor do Sol no mesmo
sentido. Além disso, as órbitas deles ocupam praticamente o mesmo plano.
Composição do Sistema Solar
Além do Sol, nosso sistema planetário é
formado por planetas, planetas-anões, satélites naturais, asteroides, cometas e
outros corpos celestes. A nossa estrela representa 99,85% de toda a matéria do
Sistema Solar. Do restante, a maior parte corresponde aos planetas, e a massa
de Júpiter equivale a aproximadamente o dobro da massa dos outros planetas
combinados.
A região limítrofe do Sistema Solar é a
Nuvem de Oort, cujo raio tem pouco mais de um ano-luz – quase um terço da
distância do Sol à estrela mais próxima (Próxima do Centauro). Para se ter uma
ideia, a sonda estadunidense Voyager 1, lançada ao espaço em 5 de setembro de
1977, é o objeto terrestre mais distante da Terra. Ela viaja a aproximadamente
62 000 km/h e, nessa velocidade, levaria dezenas de milhares de anos para
chegar ao limite do Sistema Solar.
O Sol
Na classificação das estrelas, a
luminosidade e a temperatura da superfície são os parâmetros mais importantes.
Esses fatores estão relacionados ao tamanho da estrela e, juntos, são usados para
determinar diversas categorias de estrelas. Ao longo da vida, uma estrela passa
por diferentes categorias. Segundo esses parâmetros, o Sol é uma estrela
mediana, e se encontra em uma etapa evolutiva conhecida como sequência
principal. Essa é a fase mais estável da vida de uma estrela, e, durante ela, a
estrela produz energia por reações termonucleares em seu núcleo.
O tempo que uma estrela permanece na
sequência principal depende da sua massa e luminosidade. Quanto maior for a massa,
mais matéria e energia estão disponíveis para as reações termonucleares; quanto
mais intenso for o brilho, mais rapidamente essa energia é consumida. Para o
Sol, por exemplo, o tempo total de permanência na sequência principal é
estimado em cerca de 11 bilhões de anos – 4,6 bilhões dos quais já se passaram.
Após consumir todo o hidrogênio no núcleo,
as estrelas saem da sequência principal e entram na etapa final de sua
existência. Em termos gerais, o destino de uma estrela depende de sua massa. No
caso de estrelas parecidas com o Sol, após o hidrogênio ser consumido, a
geração de energia passa a acontecer de maneira diferente, em uma camada mais
externa ao núcleo. Outras mudanças ocorrem: a estrela se expande, torna-se mais
luminosa e com uma temperatura superficial menor, tornando-se uma gigante
vermelha. Quando o Sol atingir essa fase, daqui a cerca de 5 bilhões de anos,
provavelmente envolverá Mercúrio, Vênus e a Terra, chegando próximo à órbita de
Marte.
A contração gravitacional faz o núcleo
estelar se colapsar até o limite. Com isso, a estrela fica instável; seu núcleo
torna-se pequeno, extremamente quente e denso. O gás das camadas mais externas
é lentamente ejetado, formando uma nebulosa planetária, mais fria e difusa que
o núcleo. Com o passar do tempo, a nebulosa planetária se dispersa. O
remanescente estelar continua ainda emitindo luz por algum tempo, formando uma
anã-branca. Ao final desse processo, quando a estrela esfria e deixa de emitir
luz, torna-se uma anã-negra – estágio final de estrelas como o Sol.
Planetas
São conhecidos oito planetas no Sistema
Solar; do mais próximo do Sol ao mais distante, são eles: Mercúrio, Vênus,
Terra, Marte, Júpiter, Saturno, Urano e Netuno. Eles percorrem órbitas
levemente elípticas ao redor do Sol e, de acordo com sua composição, são
classificados em rochosos ou gasosos.
Planetas e estrelas têm forma
aproximadamente esférica devido à ação da gravidade. É um processo parecido com
o que ocorre quando friccionamos massa de modelar entre as mãos: a massa forma
uma bola porque as mãos aplicam sobre ela praticamente a mesma força, em todas
as direções. A força da gravidade, da mesma forma, age sobre todos os pontos da
superfície de um corpo esférico com a mesma intensidade, pois todos eles
apresentam a mesma distância do núcleo.
No início da formação, os planetas são
quentes e a matéria que os forma é fluida. Com isso, a atração gravitacional
faz o papel da força exercida pelas mãos e modela os planetas, deixando-os
esféricos. O mesmo ocorre na formação das estrelas. Em astros menores, como
asteroides e alguns satélites, a intensidade da atração gravitacional não é
suficiente para “modelá-los”.
Planetas rochosos
Os planetas rochosos, também chamados planetas
terrestres ou telúricos, são compostos basicamente por material
rochoso e metálico.
Eles se localizam mais próximo ao Sol
que os planetas gasosos e são bem menores que eles. Apesar de serem
relativamente semelhantes em termos de tamanho e distância em relação ao Sol,
as condições ambientais variam muito nesses planetas. A estrutura interna
deles, no entanto, é similar, dividida em núcleo, manto e crosta. No sistema
solar os planetas rochosos são: Mercúrio, Vênus, Terra e Marte.
Planetas gasosos
Os planetas gasosos recebem essa
classificação porque são formados por grandes massas de gases, especialmente
hidrogênio e hélio. Eles não possuem superfície sólida e contam com atmosferas
complexas e dinâmicas.
Os maiores planetas do Sistema Solar são
os gasosos. Apesar disso, por conta de sua composição, são também os menos
densos. Júpiter, por exemplo, tem volume cerca de 1 400 vezes maior que o da
Terra, mas sua densidade é cerca de um quarto da terrestre. No sistema solar os
planetas gasosos são Júpiter, Saturno, Urano e Netuno.
Planetas-anões
Plutão foi descoberto em 1930 e
inicialmente considerado como um planeta, o menor do Sistema Solar.
Classificado como transnetuniano, por ocupar uma órbita além de Netuno, Plutão é
composto principalmente de gelo e rocha. Sua órbita apresenta algumas
particularidades, em parte devido à influência de Caronte, o maior de seus
satélites naturais. Após diversas discussões sobre o assunto, a União
Astronômica Internacional decidiu criar uma nova classe de corpos celestes, os
planetas-anões, em que Plutão foi incluído em 2006. Um planeta-anão é definido como
um objeto que orbita o Sol e é grande o suficiente para ter formato esférico,
embora não seja gravitacionalmente dominante em sua órbita. Um astro é gravitacionalmente
dominante quando consegue atrair para si outros corpos menores em sua órbita.
Atualmente são conhecidos cinco
planetas-anões, embora essa lista possa se estender conforme o conhecimento
sobre o Sistema Solar aumenta. São eles Ceres, Éris, Plutão, Makemake e Haumea.
Com exceção de Ceres, todos têm suas órbitas além de Netuno.
Satélites
Satélites naturais, ou simplesmente
satélites, são corpos que orbitam planetas, planetas-anões e asteroides. Até
2018, eram conhecidos 190 satélites naturais no Sistema Solar. Alguns são
rochosos, como a Lua, enquanto outros são recobertos por gelo. Titã (satélite
de Saturno) e Europa (satélite de Júpiter), por exemplo, têm a superfície
recoberta de gelo e, segundo estimativas, possuem mais água que o planeta
Terra.
Alguns satélites naturais são enormes,
como Ganimedes e Titã – os maiores satélites de Júpiter e Saturno, respectivamente.
Ambos são maiores que Mercúrio. A maioria dos satélites, porém, é de astros
pequenos, com diâmetro inferior a 200 km.
O único satélite natural da Terra é a
Lua, que exerce influência nas marés, no comportamento de muitos animais, entre
outros fenômenos. A Lua também desempenha papel importante na contagem do tempo
para diversas sociedades humanas.
Toda a superfície lunar é recoberta por
uma camada relativamente espessa de poeira, originada pelo bombardeamento de
corpos cadentes. A temperatura na Lua varia diariamente entre –150 °C e 120 °C,
o que contribui para o intemperismo físico das rochas.
Asteroides, cometas e meteoroides
Os asteroides, palavra de origem grega
que significa “semelhante a estrelas”, são objetos rochosos com mais de 10 m de
diâmetro, com formas, composições e tamanhos diversos. A maior parte deles está
concentrada entre Marte e Júpiter, no Cinturão principal de asteroides,
orbitando o Sol em trajetórias quase circulares. Há também asteroides com
órbitas bastante elípticas, alguns cruzando a órbita da Terra. A hipótese mais
aceita para a origem dos asteroides é a de que eles sejam fragmentos que, na
época de formação do Sistema Solar, não se agregaram aos planetas.
Além da órbita de Netuno, existe o
Cinturão de Edgeworth-Kuiper, uma região que agrupa uma série de corpos
pequenos cuja existência só foi visualmente comprovada em 1992. Com exceção de
Ceres, todos os planetas-anões encontram-se nessa região. Por estarem em uma
região muito fria e distante do Sol, os corpos no Cinturão de Edgeworth-Kuiper
preservam a composição química primitiva que deu origem ao Sistema Solar e são importantes
no estudo sobre o Universo. Estima-se que nessa região haja cerca 100 mil
corpos com diâmetros maiores que 100 km e aproximadamente 1 bilhão de objetos
com diâmetros entre 100 km e 10 km.
Os cometas são corpos relativamente
pequenos, com um núcleo tipicamente entre 100 metros e 40 km de diâmetro. São
formados por substâncias congeladas, como água, monóxido de carbono, dióxido de
carbono e outros. Há evidências de que os cometas tiveram papel importante na
formação dos oceanos na Terra, e podem ter colaborado para a origem da vida ao
carregarem compostos ricos em carbono.
Os cometas orbitam o Sol e, ao se aproximarem da estrela,
expelem gases e poeira formando um ou mais rastros brilhantes, chamados caudas.
Conforme se afastam da estrela, a cauda desaparece. Normalmente os cometas têm
órbitas muito alongadas e se afastam muito do Sol. Por esta razão, passam a
maior parte de suas vidas em regiões muito frias.
Os meteoroides são fragmentos rochosos
entre 0,1 mm e 10 m de diâmetro que vagam pelo espaço interplanetário. Ao
adentrarem a atmosfera terrestre em altíssima velocidade, tornam-se incandescentes
e formam um fenômeno luminoso denominado meteoro, popularmente conhecido como
“estrela-cadente”. Os fragmentos que resistem à queda e chegam à superfície do
planeta recebem o nome de meteoritos.
Atividades
1.
Após o Big
Bang, o que fez a matéria se aglutinar e formar galáxias e estrelas?
2.
Identifique
quais frases estão incorretas e corrija-as no caderno.
a)
A Terra está
no centro do Sistema Solar.
b)
O Sol e os planetas
do Sistema Solar giram ao redor da Terra.
c)
A matéria que
forma o Sol e os planetas fazia parte de uma nebulosa.
3.
Em livros ou
na internet, pesquisem o que é poluição luminosa e como ela afeta a observação do
céu noturno. No lugar onde moramos, a poluição luminosa é um problema?
4.
Como a
distância em relação ao Sol influencia a temperatura média na superfície de um
planeta? Há outros fatores relevantes para determinar a temperatura do planeta?
Explique sua resposta e dê exemplos.
5.
O que são as
chamadas “estrelas cadentes”? Qual é a relação delas com as estrelas?
6.
Descreva
resumidamente o ciclo de vida do Sol, desde sua formação até o seu fim
previsto.
7.
Em 2018, as
agências espaciais da Europa e do Japão, em cooperação com Rússia e Estados Unidos,
lançaram a missão BepiColombo. O principal objetivo é explorar Mercúrio,
um dos planetas do Sistema Solar do qual menos conhecemos. Pesquise as
respostas para as seguintes questões:
a)
Qual é o tempo
de viagem estimado até Mercúrio?
b)
Quais são os
principais desafios relacionados à exploração de Mercúrio?
c)
Que
informações a missão BepiColombo deve coletar sobre Mercúrio?
d)
Qual é a
situação atual da missão? Que informações
e)
ela já
forneceu?
8.
Por que a Via
Láctea tem aspecto esbranquiçado?
9.
Supondo um observador
distante que acaba de descobrir o Sistema Solar, que procedimentos poderiam ser
adotados para verificar se existe vida aqui?
10.
Pesquise
responda: quantos sistemas planetários já foram descobertos na Via Láctea?
Anote também a fonte de onde obtiveram a informação.
11.
Leia o texto a
seguir e responda.
Os cientistas talvez tenham encontrado nossa
rota de fuga em caso de destruição da Terra. Basta entrar em uma nave,
direcionar o gps para a constelação de Cisne, e viajar por 720 anos-luz até o
KOI-7923.01, o mais promissor dos 20 recém-descobertos exoplanetas (aqueles que
estão fora do nosso sistema solar) com condições de abrigar a vida humana [...]
Ele tem um tamanho equivalente à 97% da Terra, com órbita que dura 395 dos
nossos dias. A temperatura da estrela, um pouco menor que a do Sol, e sua
distância dela faz com que o novo planeta seja mais frio que o nosso, mas não o
bastante para inviabilizar a vida. Mais ou menos a temperatura da região da
tundra, no extremo norte do globo.[...]PLANETA parecido com a Terra é encontrado a 720 anos-luz. Galileu.Disponível em: https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/noticia/2017/11/planetaparecido-
com-terra-e-encontrado-720-anos-luz.html>. Acesso em: 15 out. 2018.
a)
A reportagem
cita um planeta recém-descoberto e comenta a possibilidade de os seres humanos
virem a habitar tal planeta. Você considera essa possibilidade plausível?
Explique sua resposta.
b)
Você acha
provável que os pesquisadores que encontraram esse planeta estavam procurando locais
para colonização humana? Explique sua resposta.
c)
Imagine que
você seja jornalista. Pesquise mais informações sobre o planeta KOI-7923.01 e
escreva uma notícia reportando a descoberta dele. Inclua as informações que
julgar mais relevantes e comente a importância da descoberta.
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